Modalidade do programa Opera Sergipe abrange mais procedimentos e atendimento especializado para a população feminina
Este ano, o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, foi ainda mais simbólico para as sergipanas. Isso porque o Governo do Estado lançou a segunda fase do programa de aceleração de filas para cirurgias eletivas, o ‘Opera Sergipe’, que, agora, inclui a modalidade ‘Opera Mulher’, abrangendo mais procedimentos e atendimento especializado para a população feminina. Na primeira fase do programa, já eram realizados alguns procedimentos voltados ao público feminino, como histerectomias (retirada útero), laqueadura tubária e colpoperineoplastia, e, para esta segunda fase, a oferta será fortalecida com os novos procedimentos, como cirurgia para tratamento de endometriose e cirurgias de mamas (redução e reconstrução).
A pescadora Roselice dos Santos, de 51 anos, moradora de Aracaju, não escondeu a alegria em ter a oportunidade de, enfim, realizar sua cirurgia de redução de mamas, após dois anos de espera e tentativas. Para ela, a ampliação do programa da gestão estadual veio para ajudá-la a realizar um sonho. “Essa cirurgia sempre foi um desejo meu. Já espero por ela há dois anos, mas, graças a Deus e ao governador Fábio Mitidieri, o ‘Opera Sergipe’ deu a oportunidade não só para mim, mas para muitas outras que estão na fila de espera, sofrendo. Estou muito feliz com isso. Vai melhorar minha coluna, vou conseguir pescar melhor. Às vezes, quando a maré não está boa para pesca, eu vou fazer faxina e também tenho dificuldade por conta dos seios, então a cirurgia vai me ajudar muito”, relata.
Assim como ela, a técnica de enfermagem Ermínia Oliveira, 32, do município de Cristinápolis, também ansiosa para garantir sua vaga no ‘Opera Sergipe’, comemorou a inclusão de novas cirurgias voltadas para as mulheres no programa, especialmente a de endometriose, pela qual ela aguarda há mais de cinco anos. Ela lembrou que a procura pelo procedimento tem sido uma demanda da população que convive com essa condição, visto que, até então, a cirurgia só era realizada no Hospital Universitário (HU), de modo que a inserção no programa do Governo do Estado irá ajudar a desafogar essas filas.
“Agora, com essa parceria do Governo do Estado com o Hospital Santa Isabel, estou muito feliz, pois não tínhamos essa expectativa antes”, pontua, ao reforçar que a doença traz inúmeros prejuízos para o dia a dia das pacientes. “São inúmeras faltas no trabalho e, no meu caso, o tratamento não deu certo, então é um caso cirúrgico. Agora vou melhorar minha qualidade de vida”, prospecta.
Para a representante do Grupo de Mulheres de Endometriose, Ana Carla Farias, a conquista da ampliação da realização das cirurgias para endometriose veio para proporcionar mais qualidade de vida às pacientes que sofrem com essa condição. “Somos mulheres em busca de qualidade de vida e ficamos muito felizes e realizadas em saber que, agora, teremos. Estamos com expectativas muito boas e positivas. Esse programa está sendo de suma importância para a nossa classe. Hoje, temos um grupo de mais de 100 mulheres com endometriose em todo o estado, com participantes de Aracaju, Nossa Senhora das Dores, Umbaúba, Simão Dias, Pedrinhas, e estamos reunidas no lançamento da segunda fase do ‘Opera Sergipe’, gratas por todo esse acolhimento, que é tão fundamental para nossa classe, principalmente porque hoje, no Dia da Mulher, então estamos sendo bem representadas”, pondera.
Quem também foi em busca do ‘Opera Sergipe’ como solução para uma demanda de saúde foi a auxiliar de serviços gerais Gésica de Jesus Santos, 35, de Aracaju, que precisa retirar um mioma uterino. “Espero me operar o mais rápido possível, e esta é uma grande oportunidade. Vai melhorar muito minha qualidade de vida, porque eu vivo indo em urgência, tenho sangramentos”, conta.
Opera Mulher
Além da inclusão de novos procedimentos voltados ao público feminino, o ‘Opera Mulher’ inclui outra série de serviços, como acolhimento especializado, com apoio emocional e assistência humanizada às pacientes durante o período pré, trans e pós-operatório; acompanhamento pós-cirúrgico, com suporte e monitoramento das mulheres no período de recuperação, a fim de garantir que elas recebam a atenção necessária para sua reabilitação; orientação, encaminhamento e direcionamento das pacientes para serviços complementares de assistência social e psicológica, quando necessário; garantia de atendimento humanizado, com foco na escuta ativa e na redução de possíveis impactos psicológicos da cirurgia.
Fora os atendimentos na área de saúde, as mulheres contempladas pelo programa também terão acesso a ações de conscientização sobre a importância de denunciar casos de violência doméstica e familiar e ao cadastro para vagas de emprego, em parceria com o Núcleo de Apoio ao Trabalhador (NAT), para oportunidades no mercado de trabalho no local.